quarta-feira, 2 de maio de 2007

Trauma da fase oral.

Hoje, na Biblioteca Nacional, passei os olhos por um livrinho antigo do pedagogo João dos Santos. Requisitei-o logo, assim que o vi, porque suspeitei, pelo título, que me pudesse dar pistas sobre a intensidade com que procuro (e encontro) prazer e conforto na comida.O livro, de cujo título me esqueci (e estou com preguiça de ir ver), fala sobre a construção da fase oral da criança e sobre o modo como esta se projecta pela vida fora. Ou seja, da forma como a primeira relação com a mãe (a de nutrição, de satisfação - ou não - do instinto básico de comer) se projecta pela vida do indivíduo. Se esse primeiro padrão de relacionamento correu bem, a relação com a comida não deverá nunca chegar a ser um problema. Mas, se alguma coisa correu mal (só se sente o órgão doente), a criança/adulto tende a denotar a tendência de regressar sempre àquele nó de necessidade e/ou sofrimento. Já tinha falado nisto num dos meus primeiros posts, em como a minha mãe teve de fazer um desmame súbito aos meus dois meses, por causa de uma infecção no peito. E em como chuchei no dedo até à adolescência. Logo a seguir, substitui o dedo pelos cigarros (fumava dois maços por dia). E, finalmente, quando deixei de fumar, engordei 30 quilos. Suponho que, sem ter dado por isso, me tenha atafolhado em comida. Tudo via boca. Trauma da fase oral?
E vocês, alguma vez averiguaram a vossa relação com o desmame? Ou a forma como se relacionavam com a comida na primeira infância? Alguma pista que se possa relacionar com a compulsão alimentar de hoje?
Cores da dieta do dia (so far):
Salada de fruta
Bacalhau/cebola/bróculos/grão/azeite
(ataque de compulsão pós-almoço: quatro cubinhos de chocolate + meio pãozinho com queijo)
Rissol
Sopa+peixe-espada grelhado+laranja

2 comentários:

Su disse...

Zen,
Como sabes, tb ando em busca de respostas. Este sábado encontrei uma dica no Expresso e lancei em pesquisas na net. Encontrei o seguinte:
Addicted to Food?
What drives people, against their better judgment, to eat more food than they need? Scientists look to the brain for answers
By Oliver Grimm
It's been a long day, and you are still at the office. With your blood sugar plummeting, your brain starts to obsess: Where can I get some food? You gather your money and dash across the street to the fast-food place. But as you bite into the greasy burger, your conscience suddenly kicks in: What am I doing?
It is a common scenario for many of us. Hunger is a potent, if only temporary, condition that can overpower our very best nutritional intentions. In its absence, the brain's cerebrum--governing conscious behavior--helps us make healthy, informed decisions about what we eat. But when our stomachs begin to growl, too often they drown out any good advice coming from our brains. Unfortunately, the short-sighted decisions we make with our stomachs are having an increasingly negative effect on our health....continued at Scientific American Digital

menos dez disse...

o estômago têm tantas terminações nervosas ( não sei se este é um termo cientificamente correcto, mas...)como o nosso cérebro, á quem lhe chame mesmo um segundo cérebro. quando estás nervosa sentes um aperto no estômago, quando estás apaixonada sentes aquelas borboletas, quando á um vazio por preencher em termos psíquicos é normal que também o sintamos aí, no estômago...pela minha experiência quando estou apaixonada, ou absorvida por um projecto aliciante não sei o que é fome, esqueço-me de comer...noutras alturas só penso nisso.