terça-feira, 5 de junho de 2007

Cromoterapia.



RECEITA PARA FAZER O AZUL


Se quiseres fazer azul, pega num pedaço de céu e mete-o numa panela grande, que possas levar ao lume do horizonte; depois mexe o azul com um resto de vermelho da madrugada, até que ele se desfaça; despeja tudo num bacio bem limpo, para que nada reste das impurezas da tarde. Por fim, peneira um resto de ouro da areia do meio-dia, até que a cor pegue ao fundo de metal. Se quiseres, para que as cores se não desprendam com o tempo, deita no líquido um caroço de pêssego queimado. Vê-lo-ás desfazer-se, sem deixar sinais de que alguma vez ali o puseste; e nem o negro da cinza deixará um resto de ocre na superfície dourada. Podes, então, levantar a cor até à altura dos olhos, e compará-la com o azul autêntico. Ambas a s cores te parecerão semelhantes, sem que possas distinguir entre uma e outra. Assim o fiz – eu, Abraão ben Judá Ibn Haim, iluminador de Loulé – e deixei a receita a quem quiser, algum dia, imitar o céu.
Nuno Júdice
(O azul arrefece os excessos.)

2 comentários:

Mishi disse...

Amiga Zen, parabéns pelo teu novo peso!!! Estou imensamente feliz por ti!! Deixaste os malditos três digitos, YES! :))

Continua assim, sempre a descer até à nossa meta! :))

Muitos beijinhos!

turbolenta disse...

O azul é uma cor que transmite paz de espírito, é uma cor suave (que eu por acaso agora nem visto muito, mas que na minha juventude adorava vestir)