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segunda-feira, 24 de setembro de 2007
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
A Albânia, enfim, o país onde não se avistam obesos.
Ir à Albânia foi uma (grande) vontade minha, contra a vontade de todos. Antes de irmos para a Croácia, pesquisei, sozinha, os mapas, as possibilidades de fronteira, os fóruns de viajantes, as opiniões várias sobre as condições de segurança. O que queria mesmo era ir até Tirana, a capital, a não mais de 400 quilómetros de Dubroknik. Mas isso foi antes de saber o quanto os quilómetros, por aquelas bandas, são imensas cadeias de curvas fechadas e infindáveis (curva em croata diz-se "serpentina", olha que apropriado). O funcionário da empresa que nos alugou o carro mentiu-nos, dizendo que não tínhamos autorização para circular na Albânia (o que depois a própria carta verde do veículo desmentia).
Entrei, pois, na Albânia com a fresca e leve abertura de espírito ao desconhecido do meu ascendente Gémeos. Sabia apenas que se tratava do país mais pobre da Europa, cujas fronteiras estiveram fechadas até ao início dos anos 90, à conta dos 40 anos de paranóia do ditador Enver Hoxha. Dado o avançado da hora, não poderíamos ir além da cidade de Shkodër, a norte, já perto da zona de guerra interdita que faz fronteira com o Kosovo, e uma das maiores cidades do país. Ter arrastado o meu companheiro até à Albânia já foi uma conquista; aguentá-lo por lá depois de o sol cair era impossível (além de que todos recomendam que se evite circular de noite por aquelas bandas).
Não me lembro de, alguma vez, ter sido surpreendida por um lugar onde tenha estado. Até chegar à Albânia. A verdade é que nunca esperei ver na Europa uma paisagem semelhante ao que só se pensa encontrar em lugares como o Haiti ou a Libéria. A partir da ponte que se vê a seguir, que é a única ligação por terra que a Albânia tem com o lado Oeste da Europa, entra-se numa outra dimensão de existênca. O que se vê por todo o lado não é só pobreza, é miséria. As pessoas (ainda que imensamente afáveis) não são magras - são esquálidas, e certamente que não só por razões genéticas. O ambiente geral, que depois descobrimos que as fotos não conseguem traduzir, é de miséria, degradação, abandono, sujidade, decadência, sendo o panorama frequentemente atravessado por imponentes e irónicos Mercedes, ícones de uma máfia florescente. Foi uma visita muito intensa, em que quase não consegui parar de chorar. Vivemos no jardim do Mundo, não tenham dúvidas disso.
Aqui ficam algumas fotos, por ordem cronológica.
(A Madre Teresa era de origem albanesa, por sinal, desta cidade de Shkodër.)
Há muitas casas assim, tal como na Bósnia. Não tenho a certeza de que não tenha a ver com uma qualquer questão de impostos, que isenta as casas não acabadas.
Foi aqui que se deu o primeiro sobressalto. De repente a pacata estrada bifurcava-se: para um lado, um imprevisto bairro de ciganos romenos, a escorrer degradação, de onde logo emergiu um bando de miúdos ruidosos que cercou o carro; para o outro lado, esta inenarrável ponte, que ameaçaca desconjuntar-se imediatamente. (Aumentem a foto.)
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Montenegro, o país mais jovem do Mundo.
Sarajevo.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Bósnia-Herzegovina/MOSTAR
Pouco mais do que uma vila encravada entre montanhas desertas, o Mundo conheceu Mostar pelas piores razões, quando ela se tornou na cidade-mártir da Guerra dos Balcãs. Mesmo hoje, é impossível percorrê-la sem um arrepio na alma. A meias com o burburinho colorido das ruas, não há parede que não exiba marcas, ainda frescas, das feridas. A antiquíssima ponte, reconstruída agora, tal e qual, sob os auspícios da UNESCO e da comunidade internacional, permanece como símbolo de que a vida se reconstrói - apesar dos pesares e das cicatrizes. O Rio Neretva, belíssimo, tem o mais espantoso verde-água que alguma vez me foi dado ver.
Sim, estão a ver bem. Permanece a tradição de os mais jovens e afoitos mergulharem pelo menos uma vez da ponte, como afirmação pública da sua virilidade.
Nesta tarde, foram cinco os mergulhadores. E tivemos a sorte de estar lá.
sábado, 8 de setembro de 2007
1. Cavtat
Passeio a pé pela costa. Quando e onde nos apetecia, íamos ao banho.
Cavtat, a cerca de 15 quilómetros de Dubrovnik, foi a nossa base durante uma semana. Dali partimos para a Bósnia-Herzegovina e para a Albânia e ali regressámos. É uma vila encantadora, sobretudo pelo mar tranquilo e pelos passeios que possibilita ao longo dos trilhos que atravessam o pinhal que ocupa a península. Esta é ainda, dizem os livros, a parte menos estragada da costa da ex-Jugoslávia. Aqui partilho alguns instantes da nossa breve passagem.
Quadros no mercado de rua.
No barco para Dubrovnik.
Um dia de mar revolto, à escala local. Para amadores, diríamos nós.
Idiossincrasias.
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Ironia.
Qual é o pior lugar em que se pode meter uma viciada em comida?
Isso mesmo: num hotel em regime Tudo Incluído.
Felizmente, tive algumas ajudas: o pasteleiro era mauzinho, o que não me me cansei de agradecer em pensamento; os arredores do hotel eram propícios a maravilhosos e longos passeios a pé, entre o mar e o pinhal; o mar era mesmo já ali, pelo que as braçadas ajudaram a compensar as cubas libres. Moral da história: um quilito a mais. Vá lá.
Vento, graças a Deus.
Back.
Estou de volta... depois das voltas que me levaram, sucessivamente, ao Algarve (sogros), Alentejo (pais), Croácia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Albânia. Dos maravilhosos Balcãs falarei noutro dia, mas aqui vos deixo umas primeiras imagens.
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